Voltar Para Notícias


Corpo é morada: expressando subjetividades por meio dos movimentos corporais

(estudantes de pedagogia dialogam sobre a experiência na primeira oficina de movimentos corporais)

12 SET 2019

Sandra Souza do LIFE


“Nosso corpo é nossa casa” é um pensamento que nos faz refletir sobre como cuidamos do nosso lar em tempos de tantas cobranças físicas e psicológicas. Pensando nos seus alunos e no quanto a rotina exige cada vez mais um ser humano inoxidável e indestrutível, o Centro de Educação da UFRN propõe um espaço para pensar e olhar com olhos sensíveis para si mesmo.

Coordenado pela professora do Centro de Educação Marisa Sampaio, o projeto “Expressando subjetividades” convida alunas e alunos das licenciaturas da UFRN a pensar no corpo e no espírito, não como máquinas que apenas produzem, mas sim como forma de expressão que demanda cuidados. O projeto visa promover ações humanitárias essenciais a qualquer profissional, especialmente ao docente, como o exercício do ouvir, a empatia e o diálogo.

A coordenadora da ação diz que o objetivo principal do projeto é “Oferecer aos nossos alunos de graduação e pós graduação um espaço em que eles possam se expressar e interagir entre si, diferentemente de como acontece na sala de aula, a partir dos conteúdos e dos diferentes componentes curriculares que eles cursam durante o curso” e que “O projeto propõe a oportunidade de conhecer, conviver e criar, por meio de diversas linguagens artísticas, um canal de expressão e interação entre eles que permita uma relação consigo mesmo e com o mundo de forma mais sensível, diferente do que a academia proporciona.”

Tendo como eixo a necessidade de uma formação sensível para esses alunos, envolvendo um tempo de cuidado para si próprio onde se possa encontrar nas linguagens artísticas - artes visuais, música, teatro e dança - o exercício do próprio humano, o diretor do Centro de Educação e colaborador do projeto, Jefferson Alves comenta que “Vivemos em uma sociedade da velocidade, da hiperatividade e da multitarefa. É preciso cuidar também do próprio espírito para evitar as doenças contemporâneas: o adoecimento espiritual e o sofrimento psíquico em decorrência de uma produtividade desenfreada própria dessa sociedade do desempenho. É preciso dar um tempo para pensar sensoriamento e experimentar corporalmente determinadas linguagens. Aqui temos um espaço de exercício artístico como algo intrínseco ao ser humano.”

A professora do Departamento de Educação Física da UFRN, Cida Dias, ministrou a primeira oficina de movimentos corporais que incluiu várias dinâmicas como Dança, relaxamento e conversas com outros alunos que acabará de conhecer. “É uma linguagem (corporal) que estamos esquecendo cada vez mais. Ele (corpo) é uma forma de manifesto, de comunicação. O processo de se aproximar e cuidar de si mesmo é um princípio muito importante para repensar nossas própria vida e mostrar que a linguagem corporal dialoga muito bem com a diversidade e que esse é um ótimo espaço para pensar nessa promoção de experiências”, observa a docente.

Para os alunos envolvidos na ação a experiência de contato com o outro, de estar em um espaço na universidade que exija apenas o olhar sensível ao corpo, o cuidado e a interação espontânea com o outro, torna-se algo singular. Carla Priscila, aluna do 7 período de pedagogia conta que “A experiência de hoje foi algo que me trouxe ao meu corpo, a me sentir, a me conhecer e a me colocar também no lugar do outro. Foi sensacional.”

Esse mês o projeto segue na linha de movimentos corporais tendo mais 2 encontros, dia 19 e 26 de setembro, com duas turmas: a primeira de 17h às 18h30 e a segunda de 19h às 20h30, no Laboratório de Artes localizado no Bloco de Aulas do Centro de Educação.